O mais belo caso consequente da vivência da música é quando uma moça passa a ouvir uma banda por esta lhe ter sida mostrada por um rapaz de quem ela gosta.
Uma banda que não tem para ela nenhum interesse, não teve até ali qualquer importância, passa, por estar associada a ele, a ser o mais belo cantar.
Ao contrário dos rapazes (que houvem música obcessivamente, e forjam as suas próprias memórias que posteriormente associarão a cada canção, num meticuloso processo, na medida em que, afogando na música as suas mágoas, e vivendo através delas as suas emoções, elas ficam para sempre misturadas com as melodias, porém, muitas vezes por cobardia ou escapismo), as moças começam a querer ouvir uma canção por o amado a ouvir, isto é, porque aquele som faz de facto parte dele, da vida dele, da sua acústica, reverbera dele para ela, é como o cantar daquele galo.
Uma moça ouve música por amor a uma pessoa.
Cavalheiros, desconfiai das moças que oiçam muita música, especialmente se for muita pop, daquela sem especial interesse artistico-musical, que não percebemos bem o que dela tiram.