segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Encontrar as ideias que faltam nos buracos entre as ideias que já tenho

A vida é várias coisas ao mesmo tempo.

Este mês, desde que te foste embora, tenho estado a descobrir as ideias que me faltam nos buracos entre as ideias que já tenho. Para te poder amar melhor.

Em Lisboa a tua marca ficou por toda a parte. Nos nossos passeios, unimos a cidade, como agora uno as minhas ideias, e nos dois casos é com contigo que o faço. A nossa mulher é a cola da nossa vida.

Contigo, porque para ti, consigo viver melhor. Tu que vieste de fora, deste-me o que já cá estava. Memórias para uma cidade inteira.

Agora, onde quer que eu vá, tu estás lá, à minha espera. Toda a cidade unida por ti, como se fosse a nossa casa e estivesses ora na sala ora na cozinha.

E fizeste a tudo na minha vida o que fizeste a Lisboa. Juntaste, colaste, aproximaste.

Quando não te tinha, procurava-te. Agora já não tenho de te procurar porque já estás em tudo. Agora tenho-te e posso finalmente viver.

Depois foste embora, mas não estás longe. O amor ficou. O que juntaste vai ficar para sempre junto.

Não escrevia desde que te vi pela primeira vez. Deus é o tempo, e Ele trouxe-te. Estive com Ele a aprender a amar-te melhor. Ficaria mais tempo. Dois anos para te dar um beijo. Ou foram vinte e três anos? Ou um dia?

É preciso tempo para amar.

Porque amar não é só o amor. É o antes e o depois. E se o amor for amor, cada depois é um antes, e cada antes é um depois.

Só a vida isso permite, porque só a vida é tempo, e só no tempo pode haver amor. Porque só a vida permite amar para sempre e só amar para sempre permite viver.

Obrigado, meu amor, por me dares a vida.

A nossa primeira mãe dá-nos a vida, a nossa segunda mãe é a mulher que nos dá o viver.

1 comentário:

Mayra disse...

É preciso tempo para amar.

Essa afirmação tão verdadeira e sábia é o maior exemplo do efeito que as palavras que acompanham esta frase me causaram. O amor que exala delas me deixou em tal estado que só pude organizar minimamente minhas idéias agora... ou quem sabe elas ainda se encaixem mais, e este seja apenas um retrato de como elas estão agora.

De qualquer forma, vislumbrando o efeito deste Encontro por uma ponta, esclareço os efeitos dele na outra de cá. Nessa linha que termina (ou começa?) no meu peito, no mais profundo da minha alma.

E percebo que se promovi a junção de uma cidade, o meu amor promoveu a junção de mim mesma, e de papéis que eu queria e já exercia, sem o saber. Com ele aprendi a ser mulher, no sentido mais completo que até hoje o termo assumiu para mim. Aprendi como concentrar esforços, ser batalhadora, trabalhadeira, esforçada, e ao mesmo tempo, criativa, com sonhos cada vez mais altos, palavras mais poéticas. ele me deu o sabor dos bolos que aprendi a fazer para ele, dos bordados arriscados, das contas a pagar, do amor maior que tudo. ele me ensinou, por meio de mim mesma e do desejo de encontrá-lo, de que sou maior e mais forte. E de que esse crescimento aumenta conforme o meu amor, então, ele é infinito!

Entendi como ser mulher, menina, irmã, filha, professora, aluna, artista, artesã, esposa, dona-de-casa, e além de tudo ele ainda me mostrou como é querer tanto ser algo que ainda não se é, mãe.

Eu agora sou mais dele do que de mim própria, embora ele tenha me dado todas essas conquistas que me fazem senhora de si. O amor dele me libertou, de tudo que eu sabia e de tudo que agora sei e que ainda quero aprender. Porque mais que a lição, ele é o prazer em criar esse conhecimento. Porque ele é o meu homem, o meu menino, o meu Amor.