É que é tão melhor poder dar amor sem limites.
Porque é que eu tenho de ser obrigado a só gostar de quem gosta de mim? Porque haveria de só poder agir com amizade para quem fez o mesmo comigo, se genuinamente gosto de muitas pessoas que não tenho a sorte de me distinguirem especialmente na forma como me tratam, mas para com quem tenho sentimentos bons?
Porque é que hei de ser obrigado a perder tempo a agir com maldade só porque uma pessoa foi má para mim, duplicando assim o mal na minha vida por acrescentar ao que vem de fora, um que vem de dentro?
E quando uma pessoa nos trata bem? Não devemos tratá-la bem por causa disso. Devemos tratá-la bem sempre.
A reciprocidade é uma troca, não uma dádiva. É um racionalismo que só nos faz sofrer proque nos obriga a ser maus para pagarmos com mal o mal dos outros. É assim que a razão leva à maldade.
É um capitalismo afectivo.
E é urgentemente, radicalmente, bondosamente preciso parar a invasão.