A maioria das pessoas casadas não é feliz, mas isso não é culpa do casamento. Essas pessoas não seriam mais felizes se fossem solteiras. Pelo contrário provavelmente.
domingo, 28 de fevereiro de 2010
sábado, 13 de fevereiro de 2010
Mais uma pedra
(a sétima)
Today
Oh! kangaroos, sequins, chocolate sodas!
You really are beautiful! Pearls,
harmonicas, jujubes, aspirins! all
the stuff they've always talked about
still makes a poem a surprise!
These things are with us every day
even on beachheads and biers. They
do have meaning. They're strong as rocks.
- Frank O'Hara, 1950
Today
Oh! kangaroos, sequins, chocolate sodas!
You really are beautiful! Pearls,
harmonicas, jujubes, aspirins! all
the stuff they've always talked about
still makes a poem a surprise!
These things are with us every day
even on beachheads and biers. They
do have meaning. They're strong as rocks.
- Frank O'Hara, 1950
domingo, 7 de fevereiro de 2010
O que ninguém diz no meu país (está tudo a falar de escutas telefónicas ao Primeiro Ministro, ou de futebol ou de música pop)
O que ninguém diz é que, agora que nas sociedades ricas os jovens já não são a maioria da população, a lei de que os novos roubam os lugares aos velhos foi invertida pela lei de os novos são escravizados pelos velhos.
O que ninguém diz é que o egoísmo e ganância que levou a geração dos nossos pais a terem cada vez menos filhos para guardarem o dinheiro todo para si levou, no hemisfério norte, a uma civilização decadente de velhos. Europa, América Anglófona e até a China.
Em Portugal, o país mais velho do mundo em que tudo é medido em séculos, olhamos à volta e vemos todos os candidatos a Presidente da República Portuguesa com mais de 70 anos.
Vemos que vivemos numa sociedade em que no poder não estão os mais capazes, fortes ou viris, com todos os ganhos que isso traria, mas numa gerontocracia onde aqueles que, abortando todas as manifestações de força da juventude - nomeadamente através da estupidificação da mesma - se eternizam, seráficos, no topo.
Uma sociedade de velhos que não permitem a independência e liberdades dos filhos mantendo-os em casa até aos 30 anos. Que em lugar de lhes darem um chuto no cú os persuadem a ficar, no colinho do papá e da mamã, com direito a uma semanada para gastar em marijuana. Que os persuadem a, ao contrário deles, não cometerem esse erro terrível que é o de ter filhos, não fosse isso levá-los a mudar de postura.
Uma sociedade de Recibos Verdes, em que os novos trabalham e pagam impostos sem que isso lhes traga quaisquer benefícios junto da segurança social, já que esse dinheiro tem de ir para pagar o soro dos velhos senis que exigem ser mantidos vivos e que ultrapassam, em número, os novos.
Pessoas novas! Tomemos o lugar a estas pessoas que, para nosso mal e para o mal da civilização humana, não querem largar o poder! Ganhemos nós o dinheiro deles e, aqueles que tenham tido filhos, serão pelos seus filhos bem cuidados.
Não tenho ódio a ninguém. Tenho amor por todos, amor por todos aqueles que têm direito a ter uma vida e esta lhes é sugada por quem lha devia dar.
O que ninguém diz é que o egoísmo e ganância que levou a geração dos nossos pais a terem cada vez menos filhos para guardarem o dinheiro todo para si levou, no hemisfério norte, a uma civilização decadente de velhos. Europa, América Anglófona e até a China.
Em Portugal, o país mais velho do mundo em que tudo é medido em séculos, olhamos à volta e vemos todos os candidatos a Presidente da República Portuguesa com mais de 70 anos.
Vemos que vivemos numa sociedade em que no poder não estão os mais capazes, fortes ou viris, com todos os ganhos que isso traria, mas numa gerontocracia onde aqueles que, abortando todas as manifestações de força da juventude - nomeadamente através da estupidificação da mesma - se eternizam, seráficos, no topo.
Uma sociedade de velhos que não permitem a independência e liberdades dos filhos mantendo-os em casa até aos 30 anos. Que em lugar de lhes darem um chuto no cú os persuadem a ficar, no colinho do papá e da mamã, com direito a uma semanada para gastar em marijuana. Que os persuadem a, ao contrário deles, não cometerem esse erro terrível que é o de ter filhos, não fosse isso levá-los a mudar de postura.
Uma sociedade de Recibos Verdes, em que os novos trabalham e pagam impostos sem que isso lhes traga quaisquer benefícios junto da segurança social, já que esse dinheiro tem de ir para pagar o soro dos velhos senis que exigem ser mantidos vivos e que ultrapassam, em número, os novos.
Pessoas novas! Tomemos o lugar a estas pessoas que, para nosso mal e para o mal da civilização humana, não querem largar o poder! Ganhemos nós o dinheiro deles e, aqueles que tenham tido filhos, serão pelos seus filhos bem cuidados.
Não tenho ódio a ninguém. Tenho amor por todos, amor por todos aqueles que têm direito a ter uma vida e esta lhes é sugada por quem lha devia dar.
sábado, 6 de fevereiro de 2010
Amor
Amar como eu amo é sentir-me um farol que de repente soubesse que de tanto brilhar lhe iam conceder poder ser barco.
As velas
Sentado sozinho à mesa de um restaurante lisboeta penso
Noutro tempo, cada uma destas velas acesas seria pela alma de alguém.
A diferença entre um mundo decorativo e um mundo com alma.
Noutro tempo, cada uma destas velas acesas seria pela alma de alguém.
A diferença entre um mundo decorativo e um mundo com alma.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Dos Segredos
Morrem segredos milenares, hoje.
Toda a sabedoria que só podia ser sabida pelas mulheres, passada de mãe para filha, de geração em geração desde a origem do mundo. Toda a sabedoria que só podia ser sabida pelos homens, passada de pai para filho, geração após geração desde o primeiro homem, morreu.
Morreu ou por ter sido descoberta, e pervertida, pelo sexo oposto, ou por ter sido calada para sempre como inútil.
Um cochicho mantido desde a origem do mundo, incessante, não-calado, um sussurrar de avó para neta, de irmão mais velho para irmão mais novo, morreu porque alguém disse que éramos todos iguais, que tanto fazia, que não havia nenhuma diferença entre homens e mulheres. E hoje somos todos iguais. Igualmente ignorantes.
Moças, se ainda tiverem uma avó, corram a perguntar-lhe como se lida com um Homem. Moços, se ainda tiverem um avô, perguntem-lhe como ser Homem.
Porque morrem segredos milenares, hoje.
Porque morrem em segredo, e são chorados com lágrimas de desconhecimento.
Toda a sabedoria que só podia ser sabida pelas mulheres, passada de mãe para filha, de geração em geração desde a origem do mundo. Toda a sabedoria que só podia ser sabida pelos homens, passada de pai para filho, geração após geração desde o primeiro homem, morreu.
Morreu ou por ter sido descoberta, e pervertida, pelo sexo oposto, ou por ter sido calada para sempre como inútil.
Um cochicho mantido desde a origem do mundo, incessante, não-calado, um sussurrar de avó para neta, de irmão mais velho para irmão mais novo, morreu porque alguém disse que éramos todos iguais, que tanto fazia, que não havia nenhuma diferença entre homens e mulheres. E hoje somos todos iguais. Igualmente ignorantes.
Moças, se ainda tiverem uma avó, corram a perguntar-lhe como se lida com um Homem. Moços, se ainda tiverem um avô, perguntem-lhe como ser Homem.
Porque morrem segredos milenares, hoje.
Porque morrem em segredo, e são chorados com lágrimas de desconhecimento.
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