domingo, 7 de fevereiro de 2010

O que ninguém diz no meu país (está tudo a falar de escutas telefónicas ao Primeiro Ministro, ou de futebol ou de música pop)

O que ninguém diz é que, agora que nas sociedades ricas os jovens já não são a maioria da população, a lei de que os novos roubam os lugares aos velhos foi invertida pela lei de os novos são escravizados pelos velhos.

O que ninguém diz é que o egoísmo e ganância que levou a geração dos nossos pais a terem cada vez menos filhos para guardarem o dinheiro todo para si levou, no hemisfério norte, a uma civilização decadente de velhos. Europa, América Anglófona e até a China.

Em Portugal, o país mais velho do mundo em que tudo é medido em séculos, olhamos à volta e vemos todos os candidatos a Presidente da República Portuguesa com mais de 70 anos.

Vemos que vivemos numa sociedade em que no poder não estão os mais capazes, fortes ou viris, com todos os ganhos que isso traria, mas numa gerontocracia onde aqueles que, abortando todas as manifestações de força da juventude - nomeadamente através da estupidificação da mesma - se eternizam, seráficos, no topo.

Uma sociedade de velhos que não permitem a independência e liberdades dos filhos mantendo-os em casa até aos 30 anos. Que em lugar de lhes darem um chuto no cú os persuadem a ficar, no colinho do papá e da mamã, com direito a uma semanada para gastar em marijuana. Que os persuadem a, ao contrário deles, não cometerem esse erro terrível que é o de ter filhos, não fosse isso levá-los a mudar de postura.

Uma sociedade de Recibos Verdes, em que os novos trabalham e pagam impostos sem que isso lhes traga quaisquer benefícios junto da segurança social, já que esse dinheiro tem de ir para pagar o soro dos velhos senis que exigem ser mantidos vivos e que ultrapassam, em número, os novos.

Pessoas novas! Tomemos o lugar a estas pessoas que, para nosso mal e para o mal da civilização humana, não querem largar o poder! Ganhemos nós o dinheiro deles e, aqueles que tenham tido filhos, serão pelos seus filhos bem cuidados.

Não tenho ódio a ninguém. Tenho amor por todos, amor por todos aqueles que têm direito a ter uma vida e esta lhes é sugada por quem lha devia dar.

3 comentários:

Aurora disse...

Por tradição, normalmente eram sempre os velhos que tomavam decisões políticas.

A força e a virilidade dos jovens defendiam as ideias dos seus conselheiros, dos seus anciãos.

Os grandes líderes heróicos do passado, ainda que muito jovens, tiveram sempre que ter por conselheiros alguns políticos mais velhos.

A diferença talvez fosse na honra. A honra devia continuar a ser ganha pelos jovens lutadores, para que os velhos tivessem orgulho nos seus jovens e melhor os soubessem aconselhar.

Agora a honra já só chega depois de muitos esquemas e manigâncias, depois dos 40, em forma de carros caros e abuso de poder. E os velhos tomam decisões com base nesses interesses e não noutros...

Calor Humano disse...

Eu sou totalmente a favor dos conselhos dos anciãos.

Sou a favor de somar isso à força, coragem e inventividade dos novos.

Sou a favor que não se desperdiçem forças que podiam ser usadas para o proveito comum de todos nós dançando na discoteca, ou vendendo canais de televisão pelo telefone.

Calor Humano disse...

Isso da honra é mesmo muito importante.