quarta-feira, 29 de abril de 2009

O Amor é o Bem

O Amor é uma força que nos leva, por si só, ao Bem.

Há imensas teorias sobre porque é que quando alguém namora ou está casado é sempre mais cobiçado que quando está solteiro (para desgraça do próprio).

Há teorias que falam sobre virilidade; sobre ser bom na cama; sobre o ser humano gostar de disputar o que é cobiçado; sobre alguém que está comprometido o estar porque é bom namorado ou marido e quem não está é porque há algo de errado com ele. Mas tudo isso são coisas menores. São só consequências da real coisa que faz essa pessoa ser assim, especial, brilhante. As pessoas comprometidas são combiçadas porque os outros sentem que o Amor está com elas.

E o Amor faz-nos bons. O amor faz-nos fazer as coisas bem. O Amor faz-nos Bem. O Amor é o Bem.

(As pessoas até ficam mais bonitas quando estão enamoradas...)


Li na internet uns textos disparatados que me deram a conhecer uma grande problemática darwinista do momento. Até é um pecado poético falar destas coisas assim, mas fa-lo-ei porque às vezes é preciso ir ganhar no terreno do adversário, não podemos ficar sempre em casa. A grande questão darwinista da semana é Porque é que as mulheres têm orgasmos?

Segundo eles e elas (também há senhoras a estudar o assunto), só os homens deviam tê-los, para que isso levásse à ejaculação, que é a sua função (é nestes momentos que se sente como a ciência é uma coisa que devia ser mais censurada que a pornografia).

As teorias dominantes falam de clitóris que são para as mulheres o que os mamilos são para os homens (que não tendo mamas também os têm). Como se o clitóris fosse uma coisa que ficou ali esquecida. Toda a gente que sabe o que é um clitóris, sabe que não é o mesmo que um mamilo.

Falam-se também de ursos. Teorias que comparam os Seres Humanos aos ursos, em que os machos dominantes têm mais tempo para copular e que portanto só esses dão orgasmos às fémeas, já que os outros têm de dar rapidinhas, ejacular e fugir quando o macho dominante se aproxima. Assim, a fémea ao ter orgasmos sabe que está com um grande macho dominante e que é com esse que deve ficar.

Havia outras teorias ainda mais ridículas.

Nenhuma me convenceu.

Se estes cientistas ainda fossem humanos, saberiam que, para nós, pessoas, a resposta é o Amor.

Saberiam que um homem que ama uma mulher deixa muitas vezes de sentir vontade de ter prazer com ela, deixa de olhar de maneira sexual para ela. Quem já amou sabe isto. Aquela vontade de ter prazer, que sente com todas as boazonas que passam na rua, desaparece com a pessoa amada. E falta de vontade de ter prazer é assim sinal de amor. Porque o homem que ama deixa de pensar em si. Deixa de pensar em si e no seu prazer e concentra-se só na mulher que ama e em fazê-la feliz, e em dar-lhe prazer a ela. Por isso as mulheres têm orgasmos, não para saberem que estão com o macho dominante, mas para saberem que estão com alguém que as ama.

Claro que há uma vida inteira de formas de dar amor que não têm nada a ver com orgasmos. Mas quanto mais enamorado, mais tenho a certeza que eles só podem ser para isso. Porque de facto, todas as outras utilizações que pudessem haver, são nada ao lado do Amor.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Canção para o país do Mar

Há um país humilde que se chama apenas porto, porque sabe que o seu povo não é da terra.

O seu povo está sempre em movimento, mas também não é nómada. É um povo que vive no mar.

À noite, vem a Terra. Para descansar na praia, à luz de uma fogueira, e partir em novas aventuras milenares. É um país que não fica em casa.

Um povo que sabe que, se cada povo fosse um órgão da Humanidade, ele seria certamente o Sangue.

Se fosse um povo da montanha, o seu país chamar-se-ia Montanhal.

Assim, chama-se Portugal. Nosso porto-pátria.


Esta canção é para esse país, por um muito sub-valorizado seu artista.



Queda do Império
por Vitorino


Perguntei ao vento
Onde foi encontrar
Mago sopro encanto
Nau da vela em cruz
Foi nas ondas do mar
Do mundo inteiro
Terras da perdição
Parco império mil almas
Por pau de canela e mazagão

Pata de negreiro
Tira e foge à morte
Que a sorte é de quem
A terra amou
E no peito guardou
Cheiro da mata eterna
Laranja luanda
Sempre em flor.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

A vida

Tudo é irreversível.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Infelicidade

A rapariga que diz que não ri para não ganhar rugas.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Histórias

Havia uma vez, num lugar, duas pessoas tão felizes juntas, que ao fim do dia, quando ela se deitava sobre o colo dele e o abraçava para ouvir, até adormecer, as suas histórias da mais pura e sonhadora felicidade, a ele lhe bastava contar o resumo do dia que acabaram de passar juntos.

Pelos outros

Só pode ter brio em si quem ama.

Definições

Deus: a única companhia de quem está só.

Casa: o único lugar onde um homem pode chorar.

Envelhecer: gostar de viver.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Morte

Se não morrêssemos, seríamos uma raça com muito menos interesse.

Seríamos, certamente, seres imensamente arrogantes.

Pelo contrário, sermos assim como somos, faz de cada um de nós um herói.

Mais heróico a cada dia que aguenta vivo.

sábado, 11 de abril de 2009

Datas

A melhor banda portuguesa em actividade apresenta o seu primeiro disco no primeiro dia de Maio no Santiago Alquimista, um lugar de Cerveja e Refresco, em Lisboa, Portugal.

(BAR = Beer and Refreshment)

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Para abrigar as feridas

A cada dia que passa construo a minha casa com as estacas que me espetam no coração.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Macaquinho do chinês

O jogo do macaquinho do chinês é a mais perfeita metáfora da sedução.

domingo, 5 de abril de 2009

As desabraçadas

Sábado.

Estou no carro às 4:25 da manhã. Saí do trabalho.

Se esta fosse uma civilização digna, não havia a esta hora, no meu país inteiro, nenhuma mulher que não estivesse abraçada.

Mas não pareciam nada abraçadas as mulheres que eu via no passeio, a sair do Bairro Alto.

Especialmente aquela que deitada no chão vomitava para o lado, para os pés da amiga. Essa parecia bastante desabraçada.

O que é que ela está aqui a fazer? Como é que não há ninguém para a pegar ao colo?

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Distrair-se

Não sei se já escrevi esta frase aqui. Mas uma vez uma pessoa muito importante disse-ma e bastou uma vez para que nunca me tenha esquecido dela.

As pessoas falam em distrair-se como se não soubessem que essa palavra significa estar desconcentrado.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

O cinismo

O cinismo é um escudo contra o Bem.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Os impostos

Há umas centenas de coisas que só se compreendem quando se é adulto, ao contrário do que se pensa quando se é novo. E é bom que seja assim, menos nos casos em que as pessoas páram de crescer e ficam reféns das suas idiosincrasias opinativas juvenis para o resto da vida.


Até hoje nunca tinha compreendido a tentação de ter um negócio criminoso. Pensava Não é muito mais simples ter um negócio permitido pela lei?

Essa tentação só se compreende quando se começa a pagar impostos.


Qualquer opinião sobre a sociedade que não tenha isto em conta (e mais as outras tais centenas de coisas que só se compreendem quando se é adulto) não é válida.


Assumir isto é definir mais claramente os motivos pelos quais, sabendo-o, se continua a não ter um negócio criminoso.