Foi há uns dias. Estávamos cá. Todos. Eu, vocês. E vimos.
A institucionalização da separação entre a direita política e o catolicismo em Portugal, marcada pelo apoio da totalidade dos partidos da direita a uma candidatura presidencial que não partilha a visão do mundo da Igreja Católica, é um momento de viragem civilizacional.
Até hoje nunca tinha havido homogeneidade do laicismo na política.
Ao assumir o seu laicismo, a direita portuguesa junta-se à maioria das direitas do ocidente e vem confirmar o que já sabíamos mas até hoje não era assumido: a esquerda e a direita são hoje apenas duas propostas diferentes para controlar o dinheiro.
Os chamados conservadores defendem que o dinheiro se deve manter onde está, nos seus bolsos. Os chamados progressistas defendem que deve ser roubado de onde está e posto num lugar novo, nos seus bolsos.
Nenhuma utopia civilizacional, nenhum transcendente. Apenas combate entre egoísmos organizados.
O capitalismo cumpriu-se.
E é quando se cumpre que começa a ruir. Porque não serve.
A partir de hoje, nenhum cristão poderá dizer que é de direita.
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