Numa conversa há aqueles que querem compreender o outro.
Há depois aqueles que estão mais interessados em corrigir o discurso do outro, em convencê-lo, em fazerem-se compreender a si mesmos, em superar o outro, em anulá-lo.
Como em qualquer relação. Há aqueles que querem sentir o que o outro sente. Viver o amor do outro e fazer desse amor o seu amor. E há os que querem obrigar o outro a compreendê-los, que querem que as suas exigências sejam atendidas, que o outro seja aquilo que eles querem.
Em tudo, há pelo menos duas maneiras de agir. A atenção ao que está fora de nós e a atenção ao que está dentro de nós.
Tentar compreender o outro ou tentar que o outro nos compreenda a nós.
Eu acredito que nos compreendemos a nós compreendendo o outro.
Para que serve estar com o outro se não for para o compreender? Sozinhos já estamos o resto do tempo.
1 comentário:
Muito bom este texto, assim como outros que li aqui neste blog. Nos tempos que correm é preciso mais expressão assim, honesta. Uma verdadeira escavação às profundezas da alma, feita com bastante claridade.
Força nisso, continua.
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