domingo, 29 de julho de 2012

Quando se toca o que nunca se tinha tocado

Quando conhecemos pela primeira vez uma pessoa pela qual ficamos enamorados, da qual nada conhecemos das fundações secretas interiores que a fazem ser como é - de cujo o desconhecimento vem a emoção de milagre de vermos ser real alguém que não compreendemos como é possível existir - parece-me que não é, ao contrário do que muitos pensam, o nosso futuro conhecimento dessas fundações que, ao revelar o que antes era mistério, destrói o nosso amor. Sinto que é antes a nossa incorrecta acção e influência sobre essas mesmas fundações, que pela convivência com as nossas, transformam a outra pessoa em alguém mais parecido consoco, justamente essa pessoa de quem, ao estarmos com alguém completamente diferente de nós, queríamos fugir.

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