Vi num programa de televisão que alguns tipos de seguros têm uma cláusula em letras pequeninas que diz "Não cobre actos de Deus".
Bolas, realmente não há direito. Por actos de deus, referem-se a tufões que possam cair em cima da nossa casa, ou a tremores de terra. Que visão do mundo esta em que só os desastres naturais é que são Deus? Fico entristecido quando vejo que há pessoas - isto é, civilizações inteiras (porque para compreender determinada civilização, não há melhor que olhar para a papelada das suas seguradoras) - dizia eu - civilizações para quem Deus existe, mas não é mais que um requintado anarquista fazedor de maremotos.
Hoje, Deus não está morto, mas já não é o Velhinho de Barbas Brancas no Céu, é o Velho de Barbas Brancas à porta do Metro na estação da Baixa-Chiado, de muletas a gritar com um braço no ar Panfleto Anarquista! (que vi uma vez há cerca de cinco anos atrás e nunca mais).
Ao mesmo tempo, fico encantado com o pudor religioso com que as seguradoras se recusam a deixar o cliente fazer dinheiro à custa do senhor. Parece-me muito nobre. Apostar a sorte das pessoas sim, mas é melhor não fazer apostas com Nosso Senhor, que nunca se sabe, ele tem vantagem, e pode entrar no jogo à séria. Exato, deve ser isso então. Não fosse deus por-se para aí a fazer seguros, a rebentar com os bens e a lixar as seguradoras. Estes tipos são espertos.
Ao mesmo tempo, será que devo respeitar um negócio cuja prosperidade depende de deixar Deus de fora?
Bolas, realmente não há direito. Por actos de deus, referem-se a tufões que possam cair em cima da nossa casa, ou a tremores de terra. Que visão do mundo esta em que só os desastres naturais é que são Deus? Fico entristecido quando vejo que há pessoas - isto é, civilizações inteiras (porque para compreender determinada civilização, não há melhor que olhar para a papelada das suas seguradoras) - dizia eu - civilizações para quem Deus existe, mas não é mais que um requintado anarquista fazedor de maremotos.
Hoje, Deus não está morto, mas já não é o Velhinho de Barbas Brancas no Céu, é o Velho de Barbas Brancas à porta do Metro na estação da Baixa-Chiado, de muletas a gritar com um braço no ar Panfleto Anarquista! (que vi uma vez há cerca de cinco anos atrás e nunca mais).
Ao mesmo tempo, fico encantado com o pudor religioso com que as seguradoras se recusam a deixar o cliente fazer dinheiro à custa do senhor. Parece-me muito nobre. Apostar a sorte das pessoas sim, mas é melhor não fazer apostas com Nosso Senhor, que nunca se sabe, ele tem vantagem, e pode entrar no jogo à séria. Exato, deve ser isso então. Não fosse deus por-se para aí a fazer seguros, a rebentar com os bens e a lixar as seguradoras. Estes tipos são espertos.
Ao mesmo tempo, será que devo respeitar um negócio cuja prosperidade depende de deixar Deus de fora?
3 comentários:
transformar àgua em vinho é quase tão extraordinário como trocar qualquer coisa por dinheiro
Ahahaha, tens razão, é isso, as seguradoras fazem, de facto, milagres!
estás a escrever bem, tal como nosso senhor mais requintado.
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