Tudo à volta são suicídios lentos.
Meticulosas degradações
subtrações
experiências
na era em que a única arte é a da morte.
Quando um dia sobre os despojos da guerra
só eu e tu restarmos
Quando já não houverem coisas
só meias coisas, escombros
Quando só restarem mulheres enlouquecidas
e homens gastos, ratos
Quando todos os outros falharam
endoideceram
ou se fecharam em caixas e casas,
Aí nos encontraremos, sobreviventes porque inteiros,
eu e tu, mulher sã.
Simples mãe da dignidade, que não pensa, vive
e não destruiu o seu sorriso.
Tratarei de te manter assim,
pois é o meu ofício.
Não há loucura nas flores, nem nas lagoas, nem nos vestidos
de noiva.
Sozinhos eternamente, acompanhados por sermos únicos,
o mundo será nosso
e construiremos cabanas
com trapos
a que outros chamaram bandeiras.
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
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1 comentário:
;)
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