Quem tiver amor para dar, dá-lo-á.
Se não conseguir dá-lo à pessoa que ama, dá-lo-á a outra pessoa.
É demasiado avassalador para estar guardado.
Quem não ama ninguém, nunca tem amor para dar.
Mas quem ama, induz em erro e faz com que o amem, mesmo quando aquele amor era para outro.
É por isso que é tão fácil ter amantes e tão difícil ser correspondido.
É que quando o amor está nos outros, conseguimos vê-lo.
E o amor é cobiçado.
Não devemos tentar guardar o amor.
É uma batalha duplamente perdida.
Se é impossível guardá-lo, quando o damos, ele é-nos dado de volta. Ficaríamos sempre a perder.
Nada é mais democrático que o amor.
Quem recebe volta sempre para dar.
Um dia apareceram umas pessoas que quiseram regular o mercado.
E não se podia dar a toda a gente, passou a ser preciso fazer reserva.
O amor estava contado e registado e até se cobravam taxas.
Foi preciso redistribuir artificialmente o que já estava naturalmente organizado.
Começou-se a quantificar.
E o valor do amor passou a ser medido ao ciúme.
E cobrou-se em vez de se dar.
E emprestou-se em vez de se receber.
E não mais se trocou.
Nunca mais floresceu selvagem aquilo que sempre foi nosso só por existir.
Passou a ser cultivado, destilado e empacotado.
E foi preciso inventar embalagens novas para o que antes andava à solta,
Novos nomes para os produtos complexos.
Novas maneiras de fazer o que sempre se fez.
Teve de se desaprender de como dar para poder comprar.
E é por isso que hoje nem todos têm.
Porque já não se dá, só se guarda.
E há cada vez menos.
Nada é mais democrático que o amor.
Quem recebe volta sempre para dar.
Um dia apareceram umas pessoas que quiseram regular o mercado.
E não se podia dar a toda a gente, passou a ser preciso fazer reserva.
O amor estava contado e registado e até se cobravam taxas.
Foi preciso redistribuir artificialmente o que já estava naturalmente organizado.
Começou-se a quantificar.
E o valor do amor passou a ser medido ao ciúme.
E cobrou-se em vez de se dar.
E emprestou-se em vez de se receber.
E não mais se trocou.
Nunca mais floresceu selvagem aquilo que sempre foi nosso só por existir.
Passou a ser cultivado, destilado e empacotado.
E foi preciso inventar embalagens novas para o que antes andava à solta,
Novos nomes para os produtos complexos.
Novas maneiras de fazer o que sempre se fez.
Teve de se desaprender de como dar para poder comprar.
E é por isso que hoje nem todos têm.
Porque já não se dá, só se guarda.
E há cada vez menos.
2 comentários:
acho que este Post dava uma canção!
acho que há coisas que devem ser cantadas!
só é pena, mesmo no final, quando se inclina demasiado para a visão pessimista
quanto ao resto...
acredito
Obrigado tomás, tomo isso como um grande elogio!
Sobre a visão pessimista final ... talvez esta possa ser só a primeira parte da canção. Acredito.
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