quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O casamento

Esta semana, pela primeira vez na minha vida, um amigo meu vai casar. Vamos chamar-lhe Sebastião. Tem 26 anos (mas não parece. Sorri como quem não tem mais de 24).

Trago este tema à conversa com os meus dois melhores amigos, que não o conhecem. Vamos chamar-lhes Bruno e Ricardo. Nascemos os três em 1986 e até Dezembro teremos os três 22 anos. Conhecemo-nos há 15.

Digo-lhes que ainda não consigo acreditar que o Sebastião se vá casar. Não porque ache mal (acho lindo), mas porque é tão corajoso. Mas eles acham bastante normal. O Ricardo reconhece que quando encontrar a pessoa certa, também deseja casar-se e ter filhos. Foi assim que na família dele sempre se assumiu uma relação. Mas o Bruno não. Sim, ele quer ter filhos, pelo menos imagina-se a imaginar isso, mas não a casar, sob circunstância alguma.

E é aí que o Bruno nos conta que se lembra do dia em que, na pré-primária - com 5 anos - o Ricardo que hoje defende o casamento lhe disse, no pátio enquanto brincavam, com toda a força das certezas puras "nunca me vou casar" e do choque que aquela revelação nele provocou e que o marcou para toda a vida, como se até aí não soubesse que isso era possível. Esta memória é talvez hoje o alicerce para a falta de sentido que Bruno vê em casar.

Mas a questão que se põe é: qual dos dois Ricardos sabe mais? O de 5 anos, livre de convenções sociais, ou o de 22, conformado com a educação que teve?

Para mim, casou e cansou ainda são palavras demasiado parecidas. Em casa estão tanto uns quanto os outros e eu gosto é de andar na rua.

7 comentários:

Unknown disse...

Rua, puto!! mas eu hoje vi o Pochaontas que, confesso, marcou a minha sensibilidade para o resto do dia, e fique om vontade de rua sem estrada e prédios. É falso, não foi no recreio enquanto bricávamos foi dentro da sala e devíamos ter 3 ou 4 anos. Podias-me ter arranjado um nome melhorzinho ( é assim que fiquei a saber a estima que tens por mim. Conhecemo-nos (sem acento circunflexo) há menos de 15 anos, acho eu.

jóni bi gud tunáite disse...

É realmente uma questão pertinente saber qual dos dois Ricardos sabe mais. Talvez o de hoje em dia seja o mais sensato, mas o de antigamente era definitivamente mais explosivo (qual das duas a melhor qualidade ou pior defeito..?)
Para mim, o casamento simboliza apenas uma marca oficial entre duas pessoas que se amam, e se celebrado de uma maneira honesta, não pode ser senão uma ocasião bonita.
A meu ver, o casamento é um modo de se dizer "estou tão contente por ter encontrado alguém especial que vos convido a todos para um Carnaval a meio do ano, no qual eu farei o papel de Alberto João Jardim (de um modo positivo, é claro.. não pensem que eu gosto do homem, cruzes credo!), por isso tragam as vossas fatiotas mais espinpinantes, que eu também me quero rir um bocadinho de vocês."
É foleiro? É. Mas também é amoroso.

Também podias ter escolhido um nome melhor para mim pá!

Calor Humano disse...

Puto! Já falamos sobre isto. Se conheço o Ricardo desde a primeira classe - há 16 anos - e me lembro de ti nas festas de anos dele, já estou a assumir que a primeira festa a que fui foi na 2ª classe. E vá que até tenha sido na 3ª, pronto, 14 anos meu camba.

Não queres é admitir que tás a ficar velho.

Unknown disse...

até pode ser que sim, mas festas de anos de putos não são q.b. a minha primeira memória de ti foi numa festa de anos do gajo paí dos doze ou treze anos em que vocês já andavam a ouvir ornatos e começamos a falar de fazer uma banda, também já se ouvia o grunge. tenho outra memória, não sei se do mesmo dia, mais antiga ou mais recente em que fiquei parvo por teres tanto à vontade com uma miúda vossa colega que era bem boa, por acaso. respondeste que o truque era não ter postura de engate, etc., etc. já estavas no caminho.

Calor Humano disse...

Era a mónica! Lembro-me como se fosse hoje. Sabes que ela já teve um filho não sabes? Um destes dias um post há de ser dedicado a ela. Boa memória meu.

na me parece disse...

Bem mas que volta que isto foi dar para ir parar à Mónica.
Mónica essa que na altura, é verdade, não se podia dizer que não fosse das colegas mais jeitosas mas, actualmente, depois de mais uns quantos anos de experiência, já não lhe acho, ou acharia se ela não estivesse por Inglaterra, grande piada.
Estamos a ficar velhos como diz o homem terra.

Calor Humano disse...

Ahahahah. Podes crer. Não és o único na me parece! Parece que já ninguém gosta da mónica.

Coitada. Eu gosto da mónica. A mónica é sub-valorizada! A mónica é fixe e é boa e tenho saudades dela.

(mas percebo-te na me parece)